quarta-feira, 5 de maio de 2010

Novo-riquismo II

Ficamos a saber no passado fim-de-semana (jornal Público) que o investimento que a REFER pretendia fazer este ano na rede ferroviária nacional está em causa devido à politica de contenção de investimento público. O mesmo governo que se prepara para assinar o contrato de construção e concessão da linha de TGV no valor de vários milhares de milhões de euros, põe em causa um investimento fundamental para modernizar a nossa linha de caminho de ferro convencional. Ficam em causa projectos cruciais como a prossecução da modernização da linha do Norte, o que fará com que o Alfa Pendular continue a portar-se como um comboio inter-cidades; fica em causa a linha do Douro, o que fará com que continue a demorar uma eternidade a viagem do Porto para a Régua; ficam em causa as reconstruções das linhas do Tâmega e Corgo que foram encerradas o ano passado por razões de segurança e nunca mais viram arrancar a sua reabilitação, então prometida pelo governo; ficam em causa a modernização das linhas do Oeste e Cascais. Investimentos na ordem dos 500 milhões de euros, em linhas prioritárias para o país real e bem mais baratos que os biliões que se prevêem gastar numa linha de TGV que será para meia dúzia de privilegiados...é assim que nos governa o Partido Socialista. O mais extraordinário é que conta com o apoio da esquerda parlamentar (PCP e BE) que quando colocados perante questões concretas metem na gaveta a habitual retórica contra os negócios do Estado com os bancos e os grandes grupos económicos. É mais fácil quando se trata só de retórica, o problema é quando são colocados perante questões concretas da governação....aí os bancos, os Mellos, a Mota-Engil já não são vitimas da habitual demagogia da extrema esquerda parlamentar

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