sexta-feira, 30 de julho de 2010

Amadorismos


É triste o espectáculo que a direcção da Federação Portuguesa de Futebol tem vindo a dar, desde que terminou a participação Portuguesa no Mundial de Futebol. Revela bem a falta de profissionalismo e mais grave, a falta de nível de uma Direcção e principalmente do seu principal responsável, Gilberto Madaíl.
A vontade, não assumida, de dispensar Carlos Queiroz já é grave, mas mais grave ainda é não terem a hombridade de o assumir!
O comunicado emitido quando da reunião de Direcção da FPF de balanço da prestação Portuguesa, o deixar constar que o Seleccionador só não seria demitido por causa da clausula de rescisão elevada, a divulgação pública do prémio a pagar a Carlos Queiroz pela prestação nacional na África do Sul e finalmente o ridículo inquérito realizado a atitudes tidas pelo Seleccionador no estágio da Covilhã, revelam a pouca capacidade de liderança de Gilberto Madaíl, aliás já visível noutras ocasiões, com outros Seleccionadores!
Se uma agressão física realizada por um ex-seleccionador a um jogador profissional, transmitida pela televisão para todo o Mundo, não justificou a sua demissão, o que terá feito Carlos Queiroz à equipa do IDEP?!


P.S: Espero que a FPF não esteja a pensar trocar Carlos Queiroz por Manuel José, que com a sua habitual falta de senso veio dizer que a Selecção tem valor para ter feito muito mais no Mundial...é sem dúvida aquilo que o povão quer ouvir, mas não corresponde minimamente à realidade, ou estaria Manuel José a pensar ganhar aos Campeões do Mundo?! Com a sua conhecida imodéstia, se calhar achava-se capaz de ter sido, mesmo, Campeão!!!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Histeria Demagógica

O ante-projecto de revisão constitucional encomendado pelo PSD a uma comissão presidida por Paulo Teixeira Pinto e apresentado na 4ª feira ao Conselho Nacional do partido para discussão, motivou reacções histérico-demagógicas absolutamente extraordinárias. «Atentado à Democracia», «destruição dos serviços sociais», «recuo inaceitável nos direitos adquiridos dos cidadãos», «alteração radical no equilíbrio de poderes», enfim, um sem número de disparates absolutamente demagógicos perfeitamente naturais numa esquerda radical, mas totalmente inaceitáveis numa esquerda que se pretende moderna e responsável. Mas também inaceitável em personalidades como Jorge Miranda ou Gomes Canotilho, que não se conseguem separar da sua condição de "pais fundadores" da nossa actual Constituição, ao analisarem as alterações propostas.
E o que será assim tão grave que motive tão descabeladas reacções?! Para além de uma "higienização" ideológica que pretende tornar a Constituição neutral e não Socialista, as propostas na área da educação, saúde e mercado laboral foram causadoras de especial polémica.
No caso da educação e saúde o "crime lesa-pátria" foi a proposta de que quem mais tem mais deve contribuir.
O Partido Socialista, principal responsável por uma delapidação sem exemplo no Serviço Nacional de Saúde e na Escola Pública, seja com encerramentos ou com a falência de serviços por todo o país, aproveita para puxar dos seus "galões" de esquerda e cavalga a onda demagógica numa tentativa ridícula de estancar a hemorragia de votos para o BE e o PCP.
Na área do mercado laboral, a substituição da expressão "justa causa" por "causas atendíveis" não significa nem de perto nem de muito longe qualquer tentativa de liberalização dos despedimentos.
As alterações aos poderes presidenciais são mais discutíveis, embora a possibilidade de demissão do governo sem dissolução da Assembleia da República me pareça positiva.
Em todo o caso as propostas são apresentadas para que se discutam, e não para que se seja contra, independentemente de tudo o resto, como afirmou o candidato da esquerda à Presidência da República, Manuel Alegre.
Dito isto, a oportunidade de inicio da discussão parece-me francamente má. Em vésperas de uma eleição presidencial, numa altura em que é bem mais grave e merecedora de atenção a dificílima situação do país, os esforços políticos devem concentrar-se em consensos para a implementação das medidas necessárias e não em divergências, sempre naturais, num processo de revisão constitucional.


P.S: para além da demagogia esquerdista e da paternal, há uma terceira variante que é a de quem nada tem para dizer e tem absoluta necessidade de mediatismo, sendo esta personalizada por Pedro Santana Lopes.

sábado, 17 de julho de 2010

Confiança ou incompetência

A processo de falência da agência de viagens "Marsans" veio demonstrar até que ponto o nosso estado é incompetente, enquanto fiscalizador e garante do cumprimento da lei.
Perante o falhanço da fiscalização do Instituto do Turismo, Luís Patrão, ex-chefe de gabinete de José Sócrates e agora Presidente do referido Instituto , foi desculpar-se na Assembleia da República com a «confiança» em que se baseia a relação do referido Instituto com as entidades que é suposto fiscalizar! Disse Luís Patrão que agora que foram enganados pela 1ª vez, é que a fiscalização vai actuar... Sem dúvida uma explicação original, ainda para mais quando na relação com o cidadão, o Estado, nos seus diferentes serviços e funções, presume sempre que está a lidar com o maior dos vigaristas.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Bloco Central

Nos últimos dias têm-se avolumado as intervenções a apelar a um entendimento, mais ou menos alargado, entre PS e PSD por forma a reforçar a governabilidade do país.
Não sei o que motiva estas intervenções. Serão as sondagens, cada vez mais negativas para o PS, que motivam as declarações de diferentes personalidades da área socialista? Será a campanha presidencial que se aproxima e a necessidade de criação de factos políticos por parte de candidatos mais ou menos assumidos? Em algumas personalidades, raras, a intenção pode ser a melhor...
Não se percebe é como tal seria possível, tendo o PS e o PSD uma visão tão diferente das soluções para o país. É certo que o PS tem vindo, aos poucos, a deixar cair todas as bandeiras que andou a agitar, demagogicamente, durante os últimos 15 anos, muito por imposição do Ministro da Finanças e não por estarem convencidos de que é o melhor para Portugal. Mas, à primeira oportunidade, cedem à demagogia fácil e barata, como foi visível no recente síndroma anti-espanhol a propósito da PT.
Avaliando o que tem sido o comportamento do governo e do primeiro-ministro, como seria possível um entendimento sério com José Sócrates? Não seria!
A única coligação maioritária possível seria uma coligação à esquerda, sem dúvida o grande objectivo da candidatura presidencial de Manuel Alegre. Imaginem o que seria PS, BE e PCP coligados com Manuel Alegre em Belém! Deus nos livre e guarde de tal desgraça!


P.S.em 19/07: Convinha que o bom senso e a serenidade que Pedro Passos Coelho tem revelado se mantenham e que sejam comuns ao resto da sua Comissão Politica.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Jorge Sampaio


Jorge Sampaio descobriu ontem à noite, em entrevista à SIC Noticias, o problema que constitui o endividamento do país e o défice das contas públicas.
Foi justamente durante o seu mandato como Presidente da República Portuguesa, de 1996 a 2006, que cresceu exponencialmente o nosso endividamento externo, seja ele do estado ou dos portugueses em geral.
Alguma vez ouvimos o Presidente de então alertar para este problema?! Bem pelo contrário! Quando o governo PSD/CDS tentou por termo ao desvario guterrista, houve aquela famosa frase de que havia mais vida para além do défice...
Seja bem vindo, Dr. Jorge Sampaio; mais vale tarde do que nunca, ainda que no seu caso o tarde tenha sido causador de tantos problemas!