quarta-feira, 28 de abril de 2010

Uma mão cheia de nada



Face à cada vez mais difícil situação económico-financeira do país perante os mercados internacionais, era grande a expectativa para a reunião que hoje juntava o Primeiro-ministro e o líder do maior partido da oposição. Especulava-se sobre quais seriam as medidas corajosas com que ambos iriam concordar por forma a restaurar a cada vez mais depauperada credibilidade internacional de Portugal para responder aos compromissos financeiros que possui. Pois bem, o que resultou da dita reunião foi...nada! Acompanhar a situação?! Aumentar a fiscalização?! Antecipar medidas já anunciadas?! Muito pouco, ou melhor, nada que esteja à altura da turbulência e da desconfiança com que as agências de rating olham para a República Portuguesa. E de nada adianta queixarmo-nos e insultarmos os especuladores internacionais quando as sua acções não nos interessam! O mal está feito e foi feito por nós que andamos à anos a vivermos muito acima das nossas possibilidades...não podia ser para sempre!


P.S. Chegamos ao ridículo de vermos o gastador mor, o "pai" de todos os gastos e desgovernos, António Guterres, a vir pedir clareza...

terça-feira, 27 de abril de 2010

Email do Dr.Portas - eu já assinei

Caro(a) amigo (a),



O CDS lançou hoje uma petição muito importante. Chama-se Parem esta Lei e destina-se a evitar as piores consequências do novo Código de Execução de Penas.



Como provavelmente sabe, esta nova Lei, contra a qual o CDS lutou desde o início, permite colocar fora da prisão, sem vigilância da polícia, condenados por crimes graves e até extremamente graves, ao fim de apenas ¼ da pena e por mera decisão de um Director - Geral.



Esta lei tem de ser travada.



Representa um insulto para as vítimas de crimes, desmoraliza as forças de segurança e desautoriza os magistrados. Num tempo de criminalidade preocupante, esta lei é um sinal profundamente errado.



A nossa intenção é conseguir recolher o máximo de assinaturas para fazer uma forte pressão cívica, social e política e obrigar o Governo a rever o diploma, pelo menos nos seus aspectos mais graves.



Sítio www.paremestalei.net

Com estima,

Paulo Portas

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Discursos da Cerimónia Comemorativa do 25 de Abril



A cerimónia comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República ficou marcada pelo discurso do PSD. Da responsabilidade de Aguiar Branco, o discurso apresentado foi, no mínimo, provocador. As referências a inúmeros autores e pensadores de esquerda que inteligentemente pretendia romper com preconceitos ideológicos que separam esquerda e direita, julgo que tinha como objectivo preparar uma "distensão" ideológica que pudesse conduzir a uma revisão constitucional mais profunda. Esbarrou, no entanto, nos complexos e ideias pré-concebidas que povoam na nossa esquerda e extrema esquerda parlamentar e a própria intervenção tornou-se confusa tal o burburinho causado. Talvez tivesse sido mais eficaz se não tão vigorosa e provocatória. Se por mais nenhuma razão, pelo menos o discurso valeu pela pedrada no charco dos discursos maçadores e repetitivos que ano após ano e há 36 anos se repetem no dia 25 de Abril!
Aliás, os discursos da esquerda e extrema esquerda parlamentar merecem-me um único comentário, que é mais uma questão: para que serve o Partido Ecologista Os Verdes?! Não se lhes ouviu uma única preocupação ambiental no seu discurso, apenas a habitual retórica comunista que em nada difere da do PCP ou do BE!
Da parte do CDS um bom discurso, como sempre, e que foi um discurso de combate ideológico mostrando, descomplexadamente, os valores da direita com uma referência aos militares do 25 de Novembro, esses sim os verdadeiros militares da liberdade!
Da parte do Senhor Presidente da República um discurso também muito interessante e fora do vulgar. Em vez de abordar os enormes problemas financeiros do país com a autoridade de quem sabe do que fala, Cavaco Silva optou por um discurso virado para o futuro, talvez com a ideia de evitar que os problemas financeiros de Portugal se tornem num mono tema omnipresente no país. Muito interessante o apontar de caminhos para o Mar e a referência à região talvez mais prejudicada pelos últimos anos de crise e que é o Porto e o Norte de Portugal. Sem dúvida inédito num discurso Presidencial nesta cerimónia, mas absolutamente justo e lógico!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Desorientação Socialista

Numa altura em que Portugal é cada vez mais apontado como a próxima Grécia pelos analistas financeiros mundiais, o comportamento do PS e do governo assemelha-se à orquestra do Titatnic que se manteve imperturbável enquanto o barco se afundava. Mais do que desmentir e às vezes insultar os analistas internacionais que alertam para a gravíssima situação financeira em que se encontra o país, o PS e o governo deveriam responder com acções determinadas de combate ao enorme endividamento externo, muito superior ao da Grécia e que é apontado como muito preocupante e tem motivado os receios da comunidade internacional relativamente à nossa capacidade de respeitar os nossos compromissos financeiros. Perante tal cenário como classificar a reacção socialista às propostas apresentadas pelo PSD no dia de ontem e que visam a diminuição da despesa pública? Pura demagogia e irresponsabilidade! Não vou aqui discutir o mérito das propostas em si, apenas acho que tendo em conta a situação do país elas mereciam ser discutidas sériamente e implementadas, se possível. O que é completamente disparatado é o PS, com uma maioria relativa na Assembleia e como tal a precisar do apoio do PSD para a aprovação das difíceis medidas que se avizinham, apelidar as medidas responsáveis apresentadas por Pedro Passos Coelho como uma mão cheia de nada!
Mas a desorientação do PS não se esgota aqui. Num outro plano, de consequências menos graves, o comportamento socialista na Comissão de Inquérito ao negócio PT/TVI é também ele revelador de uma enorme desorientação. Depois de ter querido obrigar um jornalista a quebrar o seu sigilo profissional, "compreende" que Rui Pedro Soares se recuse a responder a qualquer pergunta na referida Comissão de Inquérito, incorrendo no crime de desobediência qualificada. Sem dúvida, extraordinário!

domingo, 18 de abril de 2010

Caos nos aeroportos europeus

O mais preocupante nesta crise causada pela erupção de um vulcão na Islândia é o comportamento amador e incompetente das autoridades. A inacção demonstrada nos primeiros dias pelas autoridades, encarando o problema como algo que seria temporário, algo que duraria apenas algumas horas, quando todos os cientistas referiam a possibilidade (verificada) de o problema se estender por vários dias, ou mesmo semanas, revela-se como a verdadeira preocupação que merece séria reflexão. Como foi possível assistir durante dias ao progressivo bloqueio da Europa, sem nada fazer para o contrariar?! Será a dependência dos aviões tão grande que não haveria nada a fazer? Seria assim tão difícil organizar comboios internacionais que permitissem ir resolvendo as complicações?! Será assim tão pouco flexível a gestão ferroviária europeia? O sistema ferroviário e as autoridades nacionais e europeias perderam uma boa oportunidade, ou não, de mostrarem o que (não) valem.



P.S: As companhias de aviação fazem agora tábua raza a tudo o que andaram a dizer durante estes dias sobre o perigo das cinzas vulcânicas para os motores dos aviões e preparam-se para reiniciar a operação aérea...

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Até quando?!

"No espaço de uma década, o Norte perdeu o comboio da União Europeia e ficou mais pobre. Foi a única região a chegar a 2007 pior do que estava dez anos antes, isto ainda antes de a crise económica ter atingido em cheio as regiões mais exportadoras, como esta.
Em 1997, a riqueza produzida por cada habitante da Região Norte correspondia a 63,6% da média da UE. (...)Nessa altura(...) só os Açores eram mais pobres do que o Norte.
Dez anos depois, a região (...)estava comparativamente mais pobre, já que o Produto Interno Bruto tinha caído para 60,3% da média comunitária. Em 2007, por seu turno, os Açores, tinham subido para 67,6% da média.(...)
Os dados do Eurostat, organismo estatístico europeu, dizem respeito ao ano de 2007, antes portanto da crise financeira, primeiro, e económica. (...)É, por isso, de supor que os dados relativos a 2008 e, sobretudo, a 2009 venham a revelar um empobrecimento ainda maior da região Norte.
A região Centro manteve praticamente o mesmo lugar de onde tinha partido, estando em 2007 a produzir o equivalente a 64,4% da média europeia. Lisboa (...) mantinha-se solidamente acima da linha média dos parceiros comunitários, produzindo 104,7%.
Quanto mais para Sul e Oeste se caminha, mais animador fica o cenário. O Alentejo ganhou quase dois pontos percentuais (71,9%) e o Algarve já está a começar a perder o direito a fundos comunitários de apoio ao desenvolvimento, ao atingir uma riqueza de 79,6% da média europeia.

A grande evolução foi conseguida pelas duas regiões autónomas. Os Açores, que em 1998 atingiram um último lugar da pobreza, tinha subido quase dez pontos percentuais e atingia os 67,6% da média; e a Madeira, tendo começado onde estão agora as ilhas açoreanas, disparou para 96,3%, no espaço de uma década."


Alexandra Figueira, in JN

domingo, 11 de abril de 2010

Orgãos Nacionais do PSD

Pedro Passos Coelho começa bem o seu consulado como Presidente do PSD. O esforço notório de envolvimento de todos no novo ciclo que se abre no partido mostra uma vontade, que parece sincera, de união partidária. E o esforço não se resume às listas conjuntas para o Conselho Nacional, verificou-se no discurso inaugural do novo líder e verificou-se no travão a mais uma estultícia do Presidente da Câmara de Gaia que não resistiu a (mais) um pequeno acerto de contas, desta vez com António Capucho. Pena é a indicação de Marco António Costa e Carlos Carreiras para lugares nacionais no partido. Dirigentes locais/distritais, por muito bons que sejam no desempenho das suas funções, são isso mesmo. Eu percebo que seja preciso premiar os "capitães" depois da guerra, mas a dimensão da vitória permitiria a PPC ser mais parco nesses prémios. Uma Vice-presidência da Direcção Nacional e a Presidência do Instituto Sá Carneiro parece-me demais. Já a escolha de dois jovens, Manuel Rodrigues e Nilza Sena para a Direcção da Comissão Politica Nacional é uma aposta meritória na juventude, embora para já se perceba, pelo menos no caso de Manuel Rodrigues, que é preciso melhorar a capacidade oratória.
A inclusão de Paula Teixeira da Cruz, Jorge Moreira da Silva e Diogo Leite Campos é uma aposta segura em personalidades cujo mérito é indiscutível.



P.S. O PSD encontrou o seu Tino de Rans. Depois do PS ter tido um palhaço de serviço aos congressos nacionais no tempo de Guterres, agora á a vez de Fernando Costa, Presidente da Câmara das Caldas da Rainha, ser o palhaço de serviço aos congressos do PSD. Não seria mau, se em vez de um congresso partidário, se tratasse de um circo....

domingo, 4 de abril de 2010

Submarinos II

A posição «responsável» do PS sobre a necessidade de existência de uma Comissão Parlamentar de Inquérito à aquisição dos Submarinos é uma "treta". Mas alguém espera deste PS e transmitida logo pelo deputado Ricardo Rodrigues, alguma posição de serenidade e responsabilidade quando se trata de atacar a oposição!? Este cinismo agora revelado tem apenas uma de duas razões- ou o PS tem figuras gradas suas envolvidas no negócio que se iniciou no governo de António Guterres ou, o PS procura condicionar a actuação da oposição na já criada Comissão de Inquérito ao negócio PT/TVI de forma a evitar qualquer tentativa de apresentação de uma moção de censura ao Governo. Veremos daqui a algum tempo qual o preço politico que, nomeadamente, o CDS pagará por esta posição «responsável» do PS.



P.S.10/04: O Ministro Augusto Santos Silva veio rapidamente afastar qualquer ideia de actuação responsável por parte do governo e do PS. Provando o erro de "casting" que constituiu a sua escolha para a pasta da Defesa, Augusto Santos Silva persiste com a atitude trauliteira e pouco edificante a que nos habituou no passado.
O que andou o PS e os seus 3 ministros da Defesa a fazer nos últmimos 5 anos para só agora perceberem que as contrapartidas dos contratos militares estão muito aquém do obrigatório?!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Submarinos


Ciclicamente aparecem uns "inteligentes" a bradar contra os investimentos militares. São sempre os mesmos. Acham que é de "esquerda" contestar tudo o que tenha que ver com as Forças Armadas, é a sua oportunidade de serem subversivos, vanguardistas, fracturantes, numa altura em que causas como o aborto, o casamento gay, a eutanásia vão perdendo essas caracteristicas por se irem tornando mais "mainstream".
Claro que são os mesmos que depois acham bem que Portugal aumente exponencialmente a sua área marítima, são os mesmos que querem que o Estado afaste os barcos poluidores dos nossos mares, são os mesmos que querem as nossas costas fortemente vigiadas contra o tráfico de droga, são os mesmos que querem meios expeditos para auxilio aos pescadores, são os mesmos que quando acontece uma tragédia olham para os militares à espera de auxilio. Agora, tudo isto deve ser feito sem investimentos nas nossas Forças Armadas e como tal com os equipamentos obsoletos do tempo da guerra colonial!
Dada a nossa geografia, há duas áreas da nossa defesa que têm particular relevância, a Marinha e a Força Aérea. Com parte do País disperso no oceano Atlântico, com a maior Zona Economicamente Exclusiva da Europa como é possível pensar que teremos algum controlo sobre as nossas águas sem capacidade submarina?! Capacidade essa que possuímos à mais de 40 anos?!
É claro que há reformas que deviam ser feitas; o contingente devia ser mais reduzido, provavelmente temos demasiados oficiais, demasiadas instalações, as forças terrestres e aéreas deviam ser deslocadas para o interior do país onde a sua presença faz a diferença e de onde são originários a maior parte dos efectivos e deixar as instalações fantásticas que têm nas cidades disponíveis para outros fins, deviam ser mobilizados para o combate aos incêndios, etc...Agora pensar que não são necessários, que não merecem investimentos e que deviam continuar com as "Chaimites", as G3s, os Allouet, as corvetas, tudo do tempo da guerra colonial e como tal com mais de 40 anos de idade é não só demagógico como irresponsável.



P.S. O acima escrito não é justificação para qualquer tipo de negócio menos claro e transparente, embora me pareça que estas últimas noticias têm como único objectivo o cancelamento da encomenda dos ditos submarinos...a ver vamos!