sábado, 27 de março de 2010

PSD


in SOL

As eleições do PSD tiveram, ontem, o resultado esperado. A única surpresa será, talvez, a dimensão da vitória. Será explicada pela vontade legitima dos militantes do PSD ou pelo caciquismo dos seus dirigentes distritais? Espero, sinceramente, que tenha sido a vontade dos militantes a dar uma vitória tão expressiva.
A dimensão da vitória responsabiliza ainda mais Pedro Passos Coelho(PPC), torna-o mais livre da influência, sempre nefasta, dos aparelhos partidários locais e distritais. O grande desafio de PPC será agora a constituição dos orgãos nacionais do partido. Existem dois caminhos possíveis, o enveredar por compensar o aparelho que o apoiou e a Direcção do PSD será não uma Direcção Nacional, mas sim um conjunto de dirigentes locais; ou, em alternativa, procurar constituir uma Direcção Nacional com personalidades com projecção e reconhecimento Nacional. Porque um bom dirigente local/distrital não é, necessariamente, um bom dirigente Nacional. Todos têm lugar no partido, mas em dimensões diferentes.
PPC deve também evitar algumas personagens que, apesar de sempre o terem acompanhado, não têm "currículo" para uma Direcção Nacional a não ser o de, justamente, sempre o terem acompanhado.
Para já dois sinais em sentido contrário, um sinal positivo a referência de que convidaria Aguiar Branco e Paulo Rangel para os orgãos nacionais do partido; um sinal negativo a companhia de Marco António Costa na declaração pública de vitória.
A ver vamos que mudança trará PPC ao PSD.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Justiça Desportiva

Após a demissão, anunciada ontem, do Presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, apetece perguntar ao Presidente da Comissão Disciplinar da respectiva Liga do que é que está à espera para seguir o mesmo caminho?! Depois do atestado de incompetência, para ser meigo, passado ontem pelo Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol à referida Comissão Disciplinar, não resta outra atitude possível a Ricardo Costa.
A atitude da referida Comissão de considerar os Assistentes de Recinto Desportivo como intervenientes no jogo, equiparando-os a jogadores, árbitros e treinadores só podia ter como consequência a total desautorização por parte de qualquer instância superior capaz de decidir com um mínimo de indepêndencia.
De facto ninguém percebeu, ou melhor, ninguém aceitou como válida a referida decisão, já que perceber, todos percebemos. Considerar os Assistentes como intervenientes no jogo e como tal aumentar consideravelmente a sua pena, teve como único objectivo participar na romaria que pretende levar o Benfica ao titulo de Campeão Nacional e que este ano não olha a meios para atingir os seus fins!


P.S: Este disparate da Comissão Disciplinar da Liga, ainda por cima, parece-me totalmente dispensável pois o FCP, por demérito próprio, tem contribuído e de que maneira para a referida romaria! Resta-nos o Braga, curiosamente, também ele vitima da (im)competência da referida Comissão.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Morte às mãos da PSP

Tem-se falado muito, nestes últimos dias, da morte do "rapper" MC SNAKE. E mais uma vez vêm ao de cima os complexos anti-autoridade da nossa comunicação social. Em todas as intervenções se elogia o comportamento do individuo, assiste-se quase à sua canonização pública por parte da familia e dos seus amigos. O que ainda ninguém consegiu explicar é porque é que alguém com um comportamento tão correcto decidiu ignorar uma operação STOP da PSP e não contente com isso, põs-se em fuga durante 7 km às autoridades. Não se tratou de desrespeitar algum membro de um qualquer "gang", nem se tratou de fugir a um qualquer grupo de malfeitores, tratava-se de uma força da autoridade, a PSP, que aparece como um conjunto de assassinos que andam para aí a matar cidadãos honestos, ignorando que o que se passou foi um lamentável acidente decorrente de uma perseguição causada por um comportamento irresponsável de um cidadão.
Pode-se discutir que meios deve a policia usar para deter a marcha a quem se recusa a parar de livre e espontãnea vontade, agora não se pode por em causa as legitimas suspeitas criadas por alguém que decide não parar à ordem de uma autoridade e inicia uma fuga de vários km. A última vez que tal aconteceu, no mês passado, tratavam-se de dois terroristas da ETA...

sábado, 13 de março de 2010

XXXII Congresso do PSD

Alguns breves comentários ao 1º dia do XXXII Congresso do PSD, nomeadamente aos discursos proferidos que merecem algum destaque. Começaria, cronologicamente, pelo discurso da Presidente cessante. Igual a si própria, Manuela Ferreira Leite fez aquilo que se esperava, um típico discurso de balanço. Basicamente lembrou aos mais distraídos que tudo o que disse verificou-se, que apesar de muito atacada teve razão em todos os alertas que lançou. O país entendeu não lhe confiar o governo e entregar o (pouco) ouro ao bandido...só agora perceberam...? Paciência!
Marcelo Rebelo de Sousa afinal foi ao congresso. Fez, talvez, o melhor discurso do dia. Emotivo, claro, responsável. Apelou à unidade do partido, apresentou aquilo que podia ser um programa de governo. Só faltou mesmo apresentar a sua candidatura à liderança...infelizmente não o fez.
Depois de Marcelo, foi a vez de Pedro Santana Lopes(PSL). Também PSL foi igual a si próprio. Limitou-se a queixar-se do seu passado e a ajustar contas com quem cometeu o crime lesa-pátria de criticar o seu (des)governo.
Seguiu-se outro ex-líder, Marques Mendes. Inteligente, fez como de costume um bom discurso. Virado para o país, abordou como nenhum outro a situação politico-financeira de Portugal. Reforçou o meu lamento de não lhe ter sido dada a oportunidade de ir a eleições.
Foi então a vez dos candidatos. Paulo Rangel fez um discurso mobilizador, emocionante, mesmo arrebatador. Percebeu-se que foi conquistando ao longo do seu discurso a plateia. Apesar disso, julgo que foi um discurso com demasiada retórica e pouco conteúdo.
Aguiar Branco, talvez o mais capaz e preparado para assumir o cargo de Primeiro-Ministro, fez um discurso bom, esforçando-se para ser mobilizador. Mas, como um outro ex-presidente do PSD referiu, é demasiado sério, demasiado responsável, demasiado leal para ganhar eleições.
Finalmente, seguiu-se a estrela da ocasião...Pedro Passos Coelho. Fez também ele um bom discurso, melhor do que o de Aguiar Branco e com mais conteúdo do que o de Paulo Rangel, embora não tão galvanizador. Terminou de uma forma atrapalhada, o que acabou por ser injusto.

18/03- O 2º dia do congresso ficou marcado por uma questão menor que entretanto se tornou maior...a aprovação da chamada "Lei da Rolha", que mais não é do que uma simples regra para impedir manifestações públicas de divergências por parte de militantes em relação às posições oficiais do partido 60 dias antes das eleições. O que é que esperam por parte de um partido?! e ainda por cima perto de eleições?!
A maneira como o PS alimentou a polémica, na esperança de atingir o PSD e distrair o "povo", já era absurda por si uma vez que o PS nada tem a ver com as regras internas de outro partido, mas quando se ficou a saber que têm uma regra idêntica, tornou-se simplesmente ridícula!


P.S. remeto para uma nota de rodapé o discurso de Luís Filipe Menezes(LFM)...não merece mais. Não foi bom nem mau...foi irrelevante. Foi, finalmente, reduzido à sua verdadeira importância, falou para uma sala vazia onde só a concelhia de Gaia, ou quanto muito a distrital do Porto, o escutaram! Mais irrelevante do que LFM, apenas Castanheira Barros.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Cavaco Silva


A entrevista do Presidente da República de hoje veio reforçar a minha convicção de que Cavaco Silva é, hoje, o único referencial de competência, seriedade, serenidade e sentido de estado em Portugal. O Presidente não se substitui ao governo nem à oposição, por muito que alguns o tentem arrastar para as questínculas partidárias. Enquanto se mantiver em Belém podemos todos dormir mais descansados.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Enxovalhante

O jogo de ontem do FCP foi, mais do que uma derrota, uma humilhação para os adeptos e a equipa. Não só pelo resultado volumoso mas, principalmente, pela exibição. E não é possível culpar um jogador, ou dois, pelo descalabro de ontem. A eliminação de ontem é o corolário de erros que se foram acumulando, cujos principais responsáveis são o Presidente e o Treinador. Não pode deixar de ser. O Presidente como principal responsável pelo clube, nomeadamente na escolha do treinador, que mostrou mais uma vez não ter "estaleca" para treinar o FCP. Mas a escolha do treinador não é o único erro. A desmotivação dos jogadores não pode dever-se só à incompetência do treinador. Haverá concerteza mais responsáveis e cabe ao Presidente identificar os problemas e resolvê-los, como já o fez tantas vezes no passado e, estou certo, voltará a fazer.
Apesar de tudo, Jesualdo Ferreira deverá continuar até ao fim da época. Não faz sentido trocar de treinador quase no fim da época. Jesualdo deve conduzir a equipa até ao fim, disputando os dois últimos troféus em jogo, a Taça de Portugal e a Taça da Liga, prémios de consolação para os derrotados do campeonato! Agora, isto não deve impedir de, com discrição, se proceder à contratação de um treinador para a próxima época e começar desde já a prepará-la, pois será uma época difícil já que a equipa não irá disputar a Liga dos Campeões. Será impensável falhar tão estrondosamente como esta época, da mesma maneira que será impensável entrar em loucuras de contratações.

segunda-feira, 8 de março de 2010

PEC

Numa primeira análise ao Pacto de Estabilidade e Crescimento parece-me que existem 3 factos dignos de registo, para além das medidas que já se esperavam no que diz respeito à remuneração dos funcionários públicos e que seriam sempre obrigatórias, tal o peso desta na despesa pública.
Começo pelo TGV. O adiamento decidido significa, na minha opinião, o fim das linhas de TGV Porto-Lisboa e Porto-Vigo, até porque "atira" o inicio das obras para além de 2013 impossibilitando o recurso aos fundos comunitários. Não me parece errado. Num país com as enormes dificuldades que temos e que continuaremos a ter, investir uma quantia imensa de dinheiro em projectos que seriam certamente deficitários, seria um erro imperdoável. Para isso, já basta a linha Lisboa-Madrid. A ligação Porto-Lisboa terá que, obrigatoriamente, ser optimizada de maneira a reduzir o tempo de viagem do Alfa-pendular. É uma questão de organizarem os diferentes comboios de forma a se poder tirar partido da velocidade dos Alfas.
Relativamente às SCUTS, há uma decisão que não se aceita. Porque razão começa a ser portajada a IC28 (Porto-Viana) e não, pelo menos, a Via do Infante?! A inexistência de alternativas é comum às duas e o rendimento da população é bastante maior no Algarve. Com a agravante de no IC28 não se verificar trânsito só em Agosto! Inaceitável descriminação! Todas as SCUTS deviam ser pagas, excluindo as que se localizam no interior!
Finalmente os benefícios fiscais. Não se percebe porque não acabam para os rendimentos mais elevados. Porque razão têm os dois mais altos escalões do IRS direito a qualquer tipo de benefícios fiscais?!



P.S. Penso que a reacção critica de Rui Rio ao fim das linhas de TGV Porto-Lisboa e Porto-Vigo se explica pela injustiça relativa das opções que persistem em prejudicar o país em beneficio da região de Lisboa, e não pela bondade da decisão em si. De outra forma não se entenderia.

terça-feira, 2 de março de 2010

Paulo Rangel vs Pedro Passos Coelho

É-me difícil comentar o debate entre Paulo Rangel e Pedro Passos Coelho. Devo dizer, como ponto prévio, que me merece mais confiança Paulo Rangel(PR) do que Pedro Passos Coelho(PPC). Parece-me que o debate foi equilibrado e que não houve um vencedor óbvio...ouve antes sim, períodos em que esteve melhor um do que outro.
Julgo que PR teve alguma dificuldade em convencer na justificação que apresentou para estar disposto a abandonar a função para que foi eleito à poucos meses para vir disputar as eleições no PSD, quando sempre disse que não o faria ao ser questionado sobre a possibilidade de vir a disputar a liderança do partido. PPC não convenceu na questão da viabilização do orçamento, tendo eu muitas dúvidas de que o PSD teria uma posição diferente no caso de ser PPC o presidente do partido...se tivesse seria, provavelmente, uma enorme irresponsabilidade. Na questão económica, pareceu-me que PPC sabia mais do que estava a falar, sendo que PR apenas foi capaz de apresentar um conjunto de ideias e frases feitas. Já na educação, PR esteve melhor; aliás não fui capaz de entender, sequer, o que disse PPC...e julgo que o problema não foi meu.
Na questão da Comissão de Inquérito ao negócio PT/TVI, julgo que PPC esteve melhor dizendo que o que está verdadeiramente em causa e que pode provocar uma moção de censura ao governo é a incapacidade deste de governar.

Infelizmente a qualidade do debate ficou àquem do que seria possível e por culpa da moderadora,o que aliás é bem revelador dos jornalistas que temos...Ana Lourenço não quis "gastar" mais tempo com a educação e a economia e preferiu passar para a politica politiqueira da Comissão de Inquérito ao estafado negócio PT/TVI e suas consequências, dando por terminado o tempo que Ricardo Costa achou "maçador"... Afinal, apenas se discutiram dois temas fundamentais para o futuro do país, mas pelos vistos isso interessa pouco aos nossos jornalistas.

segunda-feira, 1 de março de 2010

RTP

Quem vê televisão tem alguma dificuldade, para não dizer muita, em perceber a razão porque se mantêm dois canais públicos. A programação da RTP1 é de tal maneira fraca, com constantes repetições de formatos, filmes, séries que talve fosse mais indicado privatizar um dos canais, fundindo a programação da RTP1 e RTP2 de maneira a poder criar um canal público com alguma qualidade. Sou favorável à manutenção de um canal público(para além da RTPN e RTPI), que julgo ser importante na regulação de uma "forma de poder" tão forte como a televisão, mas nada justifica que numa altura de crise, com os custos que tem a RTP para os contribuintes, se gastem tantos milhões de euros a manter 2 canais de televisão em sinal aberto, quando um deles copia o que de pior têm os canais privados.