terça-feira, 29 de setembro de 2009

Eleições

Depois de anos a vociferar contra os políticos e as suas actuações, os Portugueses tinham, nestas eleições, hipótese de optar por uma solução diferente...tiveram a oportunidade de escolher alguém sóbrio, por antítese ao espectáculo circense que foram estes últimos 4,5 anos; tiveram a oportunidade de escolher alguém com uma conduta e um percurso profissional acima de qualquer suspeita por antítese a alguém cujo percurso é, no mínimo, muito discutível; tiveram oportunidade de escolher alguém que trata a população como adultos inteligentes por antítese a alguém que passou 4,5 anos a fazer dos Portugueses parvos; tiveram a oportunidade de escolher um caminho de libertação da sociedade civil do Estado por antítese a 4,5 anos de dependências sociais e politicas; tiveram a oportunidade de escolher a prudência por antítese ao aventureirismo dos últimos 4,5 anos; e finalmente, tiveram a oportunidade de escolher uma mulher em antítese a um reino que é, apesar das quotas, dos homens!

Os Portugueses e em parte os candidatos, deixaram-se envolver numa sequência de casos e "fait-divers" que em nada interessam ao país, provocados e alimentados por quem não queria discutir a real situação e o futuro de Portugal. Os Portugueses deixaram que a maior habilidade para actuar no circo mediático, se sobrepusesse à real capacidade de governar, optando pela solução mais "fashion" em detrimento da solução mais credível!

Mas não me interpretem mal, a culpa não é, essencialmente, dos Portugueses...há muitas culpas próprias de quem não foi capaz de valorizar a alternativa que corporizava, deixando que a campanha passasse a ter como mono tema a estafada "asfixia democrática"!

Agora o Povo decidiu, está decidido! Vamos ver até quando!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

O que verdadeiramente interessa avaliar!

A comunicação social e os comentadores insistem em dar importância e destaque a incidentes que nada têm a ver com o que vale a pena discutir tendo como pano de fundo a decisão que temos que tomar no próximo domingo. Ao mesmo tempo que o fazem, distraindo partidos e população das questôes verdadeiramente importantes, criticam os agentes politicos por falarem unicamente destes pequenos "fait-divers" e não das questões que interessam para o futuro de Portugal! Como é que se percebe que estando o país no estado em que está, se percam dias(!) a discutir questões paralelas e não, por exemplo, os valores que aqui se apresentam...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

5 para a meia noite

No programa 5 para a meia noite de ontem pudemos assistir à prestação de dois profissionais de rádio e televisão oriundos do Porto e que para desenvolverem as suas carreiras tiveram que se mudar para Lisboa. Falo de Judite Sousa e Fernando Alvim. Que pena que Judite Sousa insista em afirmar que os seus conterrâneos sofrem de «complexos de inferioridade» em relação à capital! Nada mais errado, o que não é normal é que qualquer profissional, de qualquer área, se quiser evoluir e tornar-se uma referência no que faz está condenado a rumar à capital! O que os habitantes deste país, e não só do Porto, sofrem é de uma espécie de asfixia democrática, tão em moda nestes últimos dias, e que os obriga a migrar para a capital, porque lá é que se localizam as oportunidades... é lamentável que tendo Judite Sousa sido uma das muitas que deixou a sua cidade natal para se transformar numa extraordinária jornalista, se esqueça e não reconheça este facto! Talvez sofra de uma doença muito em voga para quem deixa as suas cidades para rumar à capital e que se denomina "amnésia"...

domingo, 13 de setembro de 2009

Debate Sócrates- Manuela Ferreira Leite

Realizou-se ontem o último debate entre candidatos às eleições legislativas, que opôs José Sócrates a Manuela Ferreira Leite. Começo por um ponto prévio: no dia 27 irei votar, convictamente, no PSD e em Manuela Ferreira Leite! Julgo ser a melhor escolha para Portugal! Posto isto, devo dizer que a prestação da minha candidata foi francamente fraca, para ser meigo!Para além de uma clara falta de jeito para debates, MFL revelou estar mal preparada, não sendo capaz de contestar os disparates que José Sócrates anda a repetir à semanas! Já não há paciência para ouvir Sócrates a falar do governo passado (algo que se resolveria facilmente se lhe devolvessem a "gentileza" lembrando-lhe o governo Guterres de que fez parte e lembrando-o que o anterior governo foi julgado em 2005!); as comparações que insiste em fazer da crise de 2003 com a de 2009, como se uma diminuição do PIB de 0,8% em 2003 tivesse alguma coisa a ver com uma diminuição esperada do PIB para 2009 de 4%; a comparação entre o nº de PMEs "ajudadas", quando a ajuda que receberam foi apenas mais endividamento...; o défice de 2008 que foi o mais baixo da democracia portuguesa, mas que sem receitas extraordinárias (que Sócrates sempre disse que não usaria...) seria, segundo o Banco de Portugal, 0,6% maior. Finalmente na questão das SCUTs esteve muito mal, não se percebendo afinal o que pretende!
É certo que nem tudo foi mau para MFL, esteve bem na denúncia, que poucas vezes é feita, de que a reforma da Seg. Social foi feita à custa da enorme diminuição das pensões para o futuro, por comparação com o último salário no activo; esteve bem ao salientar as diferenças no modelo de desenvolvimento social, que no PS é fortemente assistencialista por contraponto ao do PSD que prefere estimular o crescimento para que os apoios deixem de ser uma fatalidade; esteve bem ao lembrar a enorme diferença de "curricula", seja este académico ou profissional, entre os dois candidatos.

Tendo sido assim, não concordo com as análises que dizem que houve empate, ou mesmo vitória para MFL. Sócrates é uma "picareta falante", parecia que só ele é que falava e muitas vezes era mais incómoda para Sócrates a moderadora do que a opositora!!!
No entanto para se ser uma boa governante não é preciso ser-se uma boa comunicadora, como aliás fica provado, por oposição, com José Sócrates! Não concordo também com os comentadores que dizem terem ficado provadas as poucas diferenças entre PS e PSD! Não é verdade! Ficou bem evidente as enormes diferenças de modelo de desenvolvimento e de sociedade entre os dois projectos de governo e entre os dois candidatos e o de Manuela Ferreira Leite é, na minha opinião, o melhor!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

TVI- dois pesos e uma medida

Será que existe alguém, minimamente atento, que ache que o afastamento de Manuela Moura Guedes dos ecrans da TVI nada tem a ver com com as inúmeras pressões que o PS e o Governo têm vindo a exercer à meses sobre a referida televisão, com declarações públicas de diversos responsáveis que culminaram com a eleição do "Jornal Nacional" como inimigo público nº 1 num congresso partidário?! Qual será a diferença deste caso com o passado com Marcelo Rebelo de Sousa e a mesma TVI?! Porque será que quem, legitimamente, se indignou e escandalizou com o que se passou com o Governo Santana Lopes e Marcelo Rebelo de Sousa, agora acha que se trata de uma decisão pura e inocente?! Dois pesos e uma medida...

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Debate Sócrates-Portas

Ontem lá assistimos ao 1º dos 10 debates entre os líderes partidários. Parece-me que foi pouco esclarecedor e maçador. A única altura em que animou foi quando as regras foram quebradas e se tornou imperceptível! Não será possivel assistir a um debate vivo e no qual se consiga perceber aquilo que cada um diz?! Quanto ao conteúdo, não houve grandes novidades...talvez destacá-se a frase do Secretário-geral do PS e Primeiro-Ministro à 4,5 anos que afirmou a dada altura que no dia 27 também se julgava o trabalho do anterior governo!...é caso para perguntar para que serviram as eleições de 2005!?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Entrevista

Ouvir o Primeiro-Ministro tornou-se um exercício de paciência e um risco sério de deslocação da realidade, tal a imaginação e a ilusão que vende nas entrevistas que dá! Espero que seja um papel que desempenha e que quando se encontra sozinho com os seus botões regresse à Terra e à realidade! Ainda para mais, esta versão "doce" veio tornar o exercício ainda mais exigente porque à ilusão e à imaginação, o Secretário-geral do PS veio somar o aborrecimento! No entanto o senhor tem razão numa ou outra coisa. A 1ª é que no dia 27, os Portugueses vão escolher para Primeiro-Ministro uma de duas pessoas, ele próprio(no caso de estarem satisfeitos e quererem mais do mesmo!) ou a Drª Manuela Ferreira Leite (no caso de não estarem satisfeitos e acharem que estes 4,5 anos podiam ter sido diferentes!). Para além disto, os Portugueses têm dois programas bem diferentes à escolha. Um, do PS, que defende Estado e mais Estado para tudo e para todos, independentemente dos recursos disponíveis e continuando a vir-nos ao bolso assaltar-nos e levar-nos quase 50% daquilo que produzimos para sustentar esse monstro. O outro, do PSD, que defende menos Estado, estando este onde é essencial (na saúde, na protecção dos mais fracos, nas funções de soberania) e deixando respirar tudo o resto, aliviando o tamanho do monstro e como tal aliviando a carga a quem produz e vê o resultado do seu trabalho ser drenado para todo o tipo de gastos!
Ao escolherem a personalidade que nos governará, os Portugueses escolherão também duas maneiras bem distintas de estar e ser! Uma, mais imaginativa, mais simpática, mais apelativa, mas ao mesmo tempo mais ilusionista, menos verdadeira, menos honesta, com um sem número de casos pouco sérios e que é no fundo o que temos tido, ou uma menos apelativa, menos vaidosa, menos simpática mas verdadeira, séria, credível! Eu, por mim prefiro esta última e como tal votarei PSD!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Incêndios

Bastaram alguns dias de calor para a "prova dos nove" em matérias de estratégia de prevenção e combate aos incêndios por parte deste governo. Depois de dois anos "mansos" em termos de temperaturas, não faltaram declarações dos responsáveis governativos a enaltecer a estratégia seguida que teria sido responsável pela diminuição considerável da área ardida em Portugal. Preferiram, os referidos governantes, ignorar e/ou desvalorizar os verões amenos e chuvosos que nestes últimos dois anos foram os principais responsáveis pela diminuição da área ardida...pois o "tira-teimas" veio agora com o calor a apertar e os incêndios a disparar...
Não percebo como é possível, ano após ano, assistir ao deflagrar de incêndios a meio da noite, em vários locais ao mesmo tempo, em zonas de difícil acesso, o que indicia fortemente a presença de crime, sem que se tomem medidas drásticas para acabar com estes atentados a um "bem público" de importância fulcral para o País. Das duas uma, ou se considera a floresta um bem estratégico fulcral para o País e tomam-se medidas eficazes na prevenção dos incêndios, ou continuamos a assistir ao destruir de um património valioso que demorou centenas de anos a ser construído. O combate aos incêndios é difícil e de eficácia muito mais reduzida do que a prevenção. A prevenção pode ser feita de várias maneiras, umas mais caras e difíceis do que outras. Proponho uma medida de prevenção relativamente barata e de fácil implementação na vigilância das nossas florestas, de forma a reduzir drasticamente o número de incêndios com origem criminosa e negligente. Porque razão não são mobilizados os nossos militares para acções de fiscalização nas nossas florestas?! Será assim tão extraordinário constituir patrulhas militares que nos meses de verão saiam dos quartéis onde "se coçam" o ano todo e se mudem de armas e bagagens(literalmente!) para as florestas, instalando-se em acampamentos nas áreas a proteger de forma a que a sua presença e patrulha sirvam de factor dissuasor de actos criminosos e dando aos militares poderes para "reter" os suspeitos enquanto chamam uma autoridade policial?! Será que aquilo que os militares fazem durante todo o ano nos quartéis, não pode ser feito durante 2 meses nas matas nacionais? Parece-me uma solução relativamente fácil de implementar e que ajudaria na "guerra" que é necessário travar contra os incêndios que todos oa anos devastam as nossas florestas e que tantos prejuízos causam ao país! A alternativa é continuar como estamos, com milhões a serem gastos todos os anos no combate, necessariamente menos eficaz, e com os resultados que todos conhecemos!