Falta pão?! Dá-se circo ao povo!

O que se tem passado nos noticiários nestes últimos dias tem sido bem revelador do que é a nossa Comunicação Social. São vários os exemplos!
Na sexta-feira a noticia de abertura dos noticiários era a vigília em frente ao Palácio de Belém e não a reunião do Conselho de Estado que a motivava! Foram vários os diretos e várias as entrevistas à populaça dentro do mesmo noticiário, mas muito pouca atenção foi dada à reunião de um dos órgãos políticos mais importantes do País!
Na mesma sexta-feira decorreu mais um debate quinzenal com o Primeiro-ministro na A.R. e qual foi a parte do debate destacada?! As diatribes de Francisco Louça que julga que a A.R. é um qualquer circo onde vai fazer umas palhaçadas para entreter o Povo!
Sempre que há uma vista de um ministro a qualquer lado, a noticia não é a visita, por mais importante que seja, mas sim as manifestações que a esperam, por mais limitadas que sejam!
Estes três exemplos mostram bem que a Comunicação Social opta sempre pelo espetáculo em detrimento da informação, proporcionando ao público, qual idade média, circo para o fazer esquecer da falta do pão.

Lição de Politica

Paulo Portas deu hoje uma lição de politica ao PSD. Deixou criar uma crise politica, jurando a pés juntos que não o queria fazer e ainda se arvorou em defensor da estabilidade. O PSD revelou o sentido tático de uma ameba, mas agora é tarde para responder da mesma maneira! Tentar responder com a mesma habilidade e descaramento que Paulo Porta usou, conduzirá a uma degradação politica da coligação governamental inaceitável e que conduzirá à queda do Governo! Há que respirar fundo, contar até 10 e mostrar que não é por acaso que é o PSD o líder da coligação. Mostrando serenidade, elevação e não recuando na alteração da TSU, deve ser o PSD a apresentar alterações à medida, modelando-a e limitando a sua ação por forma a torná-la mais justa.

Sugestões construtivas

A histeria demagógica que grassa pelo país desde o anúncio do Primeiro-ministro da passada sexta-feira é inaceitável! Esta tem sido devidamente fomentada pela comunicação social, que dá tempo de antena a qualquer um, desde que seja para contestar as medidas anunciadas. E não há limites para a demagogia, misturando conceitos e situações diferentes, sem proximidade com a realidade, tendo como único objetivo criar alarme no país. No meio desta "algazarra" é absolutamente lamentável o comportamento de gente que tinha obrigação de ser mais séria nas análises que faz e, nunca pensei escrever isto,  da qual Manuela Ferreira Leite é um bom exemplo! Se já estamos habituados a senilidades como as de Mário Soares, disparates como os do General Bispo Torgal Ferreira e demagogia barata do PS, a prestação televisiva da antiga líder do PSD ontem na TVI, limitando-se à critica fácil sem ser capaz de apresentar uma alternativa credível, veio mostrar um lado que desconhecia em Ferreira Leite e que é a facilidade com que deixa que rivalidades pessoais se sobreponham ao interesse do país!
Eu, por mim, deixo duas sugestões construtivas de alterações ao anunciado e que menorizam o sacrifício exigido. A primeira é que a redução da Taxa Social Única para as empresas seja  unicamente aplicada ao setor produtivo e exportador, ou seja, industria, agricultura, turismo e restauração (como forma de aliviar o aumento do IVA). Ficaria assim de fora o setor do comercio e serviços, deixando assim de fora empresas como a EDP, os bancos, a SONAE, etc  e reduzindo assim a necessidade de compensação de aumento dos descontos por parte dos trabalhadores por forma a não existir perda de receita.
A segunda sugestão é que o aumento da contribuição dos trabalhadores seja proporcional à sua remuneração, tal como o IRS, fazendo com que os ordenados mais baixos não tenham aumento dos descontos e os ordenados mais altos tenham aumentos maiores para compensação da ausência de aumento dos mais baixos.
Com estas duas medidas acrescenta-se justiça e atenua-se o efeito negativo da decisão de aumentar a Taxa Social Única.

P.S: que diferença entre a serenidade e a determinação revelada pelo Primeiro-ministro e a demagogia balofa do líder da oposição....

Inteligência

Que me perdoem os meus amigos professores, mas a serenidade, a inteligência, a lógica da intervenção do Ministro Nuno Crato hoje na TVI fazem-me pensar (mais uma vez) que a pasta da educação está muito bem entregue. Espero que o Ministro Vítor Gaspar e o Primeiro-ministro tenham nas intervenções televisivas programadas para esta semana, a mesma qualidade, por forma a desmontar a enorme demagogia e egoísmo de quem tudo critica, esquecendo-se das suas responsabilidades na criação da mais dramática situação que o país já enfrentou. Será que alguém julgou que corrigir décadas de asneiras seria feito num ano ou dois e sem dor?!
Uma coisa é certa, com toda a gente "aos berros" é sinal de que todos estão a ser afetados e espero que o governo possa anunciar novas medidas que reforcem esta convicção!

Mais equilibrio

Ninguém gosta de sacrifícios nem de medidas de austeridade, mas a solução anunciada pelo governo ontem parece-me mais equilibrada do que a anterior que foi chumbada pelo Tribunal Constitucional. Com as medidas anunciadas ontem todos são chamados a contribuir, privados e públicos, com a vantagem de se proporcionar algum alivio às empresas que atravessam um período muito difícil! É certo que a ajuda é pequena, mas numa altura de dificuldade em que a liquidez é diminuta, toda a ajuda é bem vinda e se esta ajuda ajudar a suster o aumento do desemprego já é muito positivo, uma vez que não acredito que sirva para criar novos empregos. Esses, só virão com a retoma do crescimento económico e para isso é necessário continuar, com esforço redobrado, as reformas estruturais de que o país necessita.

Igual?!

Parece que em algumas mentes mais avermelhadas existem algumas dúvidas que importa, sempre, esclarecer....