segunda-feira, 17 de junho de 2013

A inaceitável pesporrência dos sindicatos dos professores

O comportamento dos sindicatos dos professores tem-se revelado verdadeiramente inaceitável! Como se não bastasse o facto de os senhores professores se acharem uma classe à parte, aliás como todos os poderes fátuos da nossa sociedade, agora não hesitam em prejudicar gravemente aqueles que são a razão da sua existência em nome da manutenção dos seus privilégios, conquistados ao longo dos anos graças a governos fracos e inconscientes que a tudo cederam.
Só quem não tem amigos professores e isso é praticamente impossível dado o seu elevado número, é que julga justa a verdadeira revindicação que os faz mover, que é o alargamento do seu horário de trabalho não lectivo. Quem é que não conhece professores com manhãs e/ou tardes durante a semana passadas em casa?! Porque é que num horário que deve ser de 40 horas, como é o de toda a gente, e com apenas 22 horas de serviço lectivo, os professores não podem passar mais tempo na escola?! Afinal, a correção de provas, a preparação das aulas e todas as coisa bonitas que constituem o serviço não lectivo, segundo os professores, só pode ser feita em casa?!
Felizmente, os sindicatos encontram pela frente um Ministro conhecedor e um Governo determinado!



segunda-feira, 10 de junho de 2013

À atenção dos grilos ignorantes!

«Há quem sustente que a adesão de Portugal às Comunidades implicou a destruição do mundo rural e a perda irreversível da nossa capacidade produtiva no setor primário. Este retrato é completamente desfasado da realidade.
Quando aderimos às Comunidades, em 1986, o número de agricultores era muito superior ao atual. Tínhamos, na altura, cerca de 600 mil agricultores, enquanto hoje possuímos menos de metade. De igual modo, o número de explorações agrícolas registou uma quebra significativa, de cerca de 53 por cento.
Quem observar apenas estes números poderá concluir que, nos últimos trinta anos, a agricultura em Portugal sofreu um grave retrocesso.
Não é verdade. Importa ter presente toda a realidade, e não apenas uma parte dela, quando procedemos a uma avaliação global e objetiva das transformações ocorridas no setor primário.
De facto, mais do que um processo de declínio da nossa agricultura, assistimos e ainda estamos a assistir, isso sim, a uma reconversão profunda do mundo rural. Reconversão que, sublinhe-se, era não só inevitável como desejável e que veio a revelar-se, afinal, extremamente positiva.
A agricultura era um setor que ocupava uma parcela significativa da nossa mão-de-obra, mais por efeito da persistência de um modelo socioeconómico herdado do passado do que por uma opção profissional deliberada. Não se era agricultor, estava-se na agricultura. E estava-se na agricultura com vista a assegurar o sustento do dia-a-dia, muitas vezes no limiar da pobreza e da mera subsistência.
Àqueles que possuem uma visão saudosista de um passado que, verdadeiramente, nunca existiu, basta perguntar: se nessa altura se vivia bem no mundo rural, por que motivo tantos e tantos Portugueses fugiam dos campos, em busca de uma vida melhor?
Há cerca de 30 anos, tínhamos um setor agrícola profundamente estagnado e descapitalizado, padecendo de fortes limitações estruturais.
Conseguimos, com sucesso, operar uma transformação estrutural da nossa agricultura. As explorações agrícolas, em média, duplicaram de dimensão e a reconversão técnica e produtiva que aí ocorreu permitiu obter resultados notáveis, que devemos conhecer antes de formularmos juízos apressados, que ignoram os factos e os números.
Na sua rigorosa objetividade, as estatísticas não enganam. A produtividade da terra cresceu 22 por cento e a produtividade do trabalho agrícola aumentou 180 por cento.
Há 20 anos, 80 mil produtores de leite obtinham 1 milhão de toneladas por ano; atualmente, 7.800 produtores – ou seja menos de um décimo daqueles que existiam há 20 anos – conseguem produzir 2 milhões de toneladas. A produção global no setor do leite duplicou e a produtividade por agricultor aumentou mais de 20 vezes.
No setor do tomate para a indústria, a produção global aumentou duas vezes e meia e a produção por agricultor cresceu 26 vezes.
Na olivicultura, aquilo que há 20 anos se produzia em 300 mil hectares consegue hoje ser obtido em apenas 10 por cento da área, ou seja, 30 mil hectares.
As grandes transformações não se cingiram a estes setores. De um modo geral, a atividade agroindustrial e florestal foi alvo de um intenso processo de modernização.
Afirmámo-nos como um país exportador em vários domínios: frutas, hortícolas, vinhos, produtos lácteos, concentrado de tomate, produtos de origem florestal. No passado, apenas exportávamos pasta de papel, cortiça, vinho do Porto e pouco mais.
O setor florestal, por seu turno, tem crescido sistematicamente nos últimos anos, com as exportações a atingirem em 2012 o valor recorde de 3600 milhões de euros.
Nada disto seria possível sem uma forte renovação do setor primário, a base em que assenta o desenvolvimento de parcelas muito vastas do nosso País.»

excerto do discurso do Presidente da República em Elvas na Sessão Comemorativa do 10 de Junho