segunda-feira, 26 de abril de 2010

Discursos da Cerimónia Comemorativa do 25 de Abril



A cerimónia comemorativa do 25 de Abril na Assembleia da República ficou marcada pelo discurso do PSD. Da responsabilidade de Aguiar Branco, o discurso apresentado foi, no mínimo, provocador. As referências a inúmeros autores e pensadores de esquerda que inteligentemente pretendia romper com preconceitos ideológicos que separam esquerda e direita, julgo que tinha como objectivo preparar uma "distensão" ideológica que pudesse conduzir a uma revisão constitucional mais profunda. Esbarrou, no entanto, nos complexos e ideias pré-concebidas que povoam na nossa esquerda e extrema esquerda parlamentar e a própria intervenção tornou-se confusa tal o burburinho causado. Talvez tivesse sido mais eficaz se não tão vigorosa e provocatória. Se por mais nenhuma razão, pelo menos o discurso valeu pela pedrada no charco dos discursos maçadores e repetitivos que ano após ano e há 36 anos se repetem no dia 25 de Abril!
Aliás, os discursos da esquerda e extrema esquerda parlamentar merecem-me um único comentário, que é mais uma questão: para que serve o Partido Ecologista Os Verdes?! Não se lhes ouviu uma única preocupação ambiental no seu discurso, apenas a habitual retórica comunista que em nada difere da do PCP ou do BE!
Da parte do CDS um bom discurso, como sempre, e que foi um discurso de combate ideológico mostrando, descomplexadamente, os valores da direita com uma referência aos militares do 25 de Novembro, esses sim os verdadeiros militares da liberdade!
Da parte do Senhor Presidente da República um discurso também muito interessante e fora do vulgar. Em vez de abordar os enormes problemas financeiros do país com a autoridade de quem sabe do que fala, Cavaco Silva optou por um discurso virado para o futuro, talvez com a ideia de evitar que os problemas financeiros de Portugal se tornem num mono tema omnipresente no país. Muito interessante o apontar de caminhos para o Mar e a referência à região talvez mais prejudicada pelos últimos anos de crise e que é o Porto e o Norte de Portugal. Sem dúvida inédito num discurso Presidencial nesta cerimónia, mas absolutamente justo e lógico!

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