sábado, 13 de março de 2010

XXXII Congresso do PSD

Alguns breves comentários ao 1º dia do XXXII Congresso do PSD, nomeadamente aos discursos proferidos que merecem algum destaque. Começaria, cronologicamente, pelo discurso da Presidente cessante. Igual a si própria, Manuela Ferreira Leite fez aquilo que se esperava, um típico discurso de balanço. Basicamente lembrou aos mais distraídos que tudo o que disse verificou-se, que apesar de muito atacada teve razão em todos os alertas que lançou. O país entendeu não lhe confiar o governo e entregar o (pouco) ouro ao bandido...só agora perceberam...? Paciência!
Marcelo Rebelo de Sousa afinal foi ao congresso. Fez, talvez, o melhor discurso do dia. Emotivo, claro, responsável. Apelou à unidade do partido, apresentou aquilo que podia ser um programa de governo. Só faltou mesmo apresentar a sua candidatura à liderança...infelizmente não o fez.
Depois de Marcelo, foi a vez de Pedro Santana Lopes(PSL). Também PSL foi igual a si próprio. Limitou-se a queixar-se do seu passado e a ajustar contas com quem cometeu o crime lesa-pátria de criticar o seu (des)governo.
Seguiu-se outro ex-líder, Marques Mendes. Inteligente, fez como de costume um bom discurso. Virado para o país, abordou como nenhum outro a situação politico-financeira de Portugal. Reforçou o meu lamento de não lhe ter sido dada a oportunidade de ir a eleições.
Foi então a vez dos candidatos. Paulo Rangel fez um discurso mobilizador, emocionante, mesmo arrebatador. Percebeu-se que foi conquistando ao longo do seu discurso a plateia. Apesar disso, julgo que foi um discurso com demasiada retórica e pouco conteúdo.
Aguiar Branco, talvez o mais capaz e preparado para assumir o cargo de Primeiro-Ministro, fez um discurso bom, esforçando-se para ser mobilizador. Mas, como um outro ex-presidente do PSD referiu, é demasiado sério, demasiado responsável, demasiado leal para ganhar eleições.
Finalmente, seguiu-se a estrela da ocasião...Pedro Passos Coelho. Fez também ele um bom discurso, melhor do que o de Aguiar Branco e com mais conteúdo do que o de Paulo Rangel, embora não tão galvanizador. Terminou de uma forma atrapalhada, o que acabou por ser injusto.

18/03- O 2º dia do congresso ficou marcado por uma questão menor que entretanto se tornou maior...a aprovação da chamada "Lei da Rolha", que mais não é do que uma simples regra para impedir manifestações públicas de divergências por parte de militantes em relação às posições oficiais do partido 60 dias antes das eleições. O que é que esperam por parte de um partido?! e ainda por cima perto de eleições?!
A maneira como o PS alimentou a polémica, na esperança de atingir o PSD e distrair o "povo", já era absurda por si uma vez que o PS nada tem a ver com as regras internas de outro partido, mas quando se ficou a saber que têm uma regra idêntica, tornou-se simplesmente ridícula!


P.S. remeto para uma nota de rodapé o discurso de Luís Filipe Menezes(LFM)...não merece mais. Não foi bom nem mau...foi irrelevante. Foi, finalmente, reduzido à sua verdadeira importância, falou para uma sala vazia onde só a concelhia de Gaia, ou quanto muito a distrital do Porto, o escutaram! Mais irrelevante do que LFM, apenas Castanheira Barros.

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