quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Salvar o Douro

Em 2006, o então Primeiro-ministro terminava o seu discurso na sessão comemorativa dos 250 anos da Região Demarcada da seguinte forma: «já foram ditas todas as palavras para salvar o Douro, agora resta salvá-lo!». Esta seria aliás uma forma que se tornaria usual no então Primeiro-ministro para terminar discursos, adaptando a frase às diferentes circunstâncias. Como em tantas outras áreas, também no Douro a vontade de o salvar ficou-se pelo discurso!
Na Região Demarcada do Douro, mais de 30 000 viticultores são responsáveis pela produção do produto português com maior notoriedade no mundo, com uma volume de exportações na ordem das centenas de milhões de euros. Como é então possível que o Douro se encontre em tão sérias dificuldades?! Pela simples razão que a grande mais valia associada à produção de Vinho do Porto e vinhos DOC Douro não fica na região! Ela é canalizada para V.N.Gaia, onde se encontram os exportadores e de quem os produtores se encontram hoje quase totalmente dependentes. Esta situação foi criada não só pelo anterior governo, mas também pelos anteriores, que das mais variadas formas entregaram o sector da produção ao comércio!
Mas a "culpa" também é da região! As Cooperativas foram sendo mal geridas até se encontrarem hoje em situação de quase falência e a Casa do Douro foi entregue a gente incapaz que mais nada fez do que "reforçar" a vontade do comércio de a inutilizar!
As soluções têm tanto de óbvio como de difícil! Sanear financeiramente as Adegas Cooperativas e a Casa do Douro, acompanhando o seu saneamento financeiro de um "saneamento" na péssima gestão das mesmas e lançar um plano ambicioso de promoção dos vinhos da região, Douro e Porto, nos mercados externos. Não adianta fixar admnistrativamente quantitativos de beneficio que depois não são escoados, ao mesmo tempo que é uma vergonha o valor pago pelos vinhos DOC Douro aos produtores, que depois são comercializados com margens de lucro bem superiores ao Vinho do Porto!

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