quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Remodelação/Coligação

Nos últimos dias muito se tem falado da possibilidade/necessidade de uma remodelação e/ou coligação. Apenas com um ano de vida, este governo não merece a confiança de praticamente ninguém. Até dentro do partido que sustenta o governo, são várias as vozes que, publicamente, assumem a total descrença na capacidade da equipa liderada por José Sócrates. Também depois do que se tem passado, é difícil ter uma posição diferente. Metade do governo desapareceu e a outra metade passa a vida a contradizer-se! Com as últimas declarações de Teixeira dos Santos acerca da necessidade de ajuda externa, as declarações de António Mendonça que já ninguém leva a sério, os disparates de Augusto Santos Silva que se esquece que é Ministro da Defesa (o que o devia obrigar-se a alguma sobriedade nas intervenções), o descalabro nas despesas da Saúde criticado publicamente pelas Finanças, até o Ministro dos Negócios Estrangeiros vem pedir para ser remodelado! Se a tudo isto somarmos a total falta de credibilidade do Primeiro-ministro, pouco ou nada sobra!
A dificuldade numa remodelação e/ou coligação é acima de tudo José Sócrates. Alguém que tenha um mínimo de exigência ética não aceita fazer parte de um governo liderado por José Sócrates, nem aceita qualquer tipo de acordo com este porque não sabe se é para ser cumprido. Um novo Governo teria que passar necessariamente por um novo Primeiro-ministro. Mas não teria que passar necessariamente por eleições.
Fazer eleições em Março/Abril do próximo ano, quando a República inicia novo ciclo de endividamento (e que ciclo!), pode ser perigoso. Manter o actual Governo parece-me impensável! A solução passaria pelo PS indicar um novo Primeiro-ministro capaz de negociar com o PSD e o CDS um governo de coligação com a duração de pelo menos um ano. Muito mais tempo seria inaceitável para o PSD. Deste Governo não fariam parte nenhum dos líderes partidários, apenas personalidades indicadas por estes mas com estatura própria por forma a não serem apenas correias de transmissão. Todo o processo teria que ter, naturalmente, a aceitação do Presidente da República.
Não é a melhor solução para o PSD nem para o CDS e é a melhor solução para o PS, mas também é a melhor solução para o País.

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