Alguns breves comentários ao 1º dia do XXXII Congresso do PSD, nomeadamente aos discursos proferidos que merecem algum destaque. Começaria, cronologicamente, pelo discurso da Presidente cessante. Igual a si própria, Manuela Ferreira Leite fez aquilo que se esperava, um típico discurso de balanço. Basicamente lembrou aos mais distraídos que tudo o que disse verificou-se, que apesar de muito atacada teve razão em todos os alertas que lançou. O país entendeu não lhe confiar o governo e entregar o (pouco) ouro ao bandido...só agora perceberam...? Paciência!
Marcelo Rebelo de Sousa afinal foi ao congresso. Fez, talvez, o melhor discurso do dia. Emotivo, claro, responsável. Apelou à unidade do partido, apresentou aquilo que podia ser um programa de governo. Só faltou mesmo apresentar a sua candidatura à liderança...infelizmente não o fez.
Depois de Marcelo, foi a vez de Pedro Santana Lopes(PSL). Também PSL foi igual a si próprio. Limitou-se a queixar-se do seu passado e a ajustar contas com quem cometeu o crime lesa-pátria de criticar o seu (des)governo.
Seguiu-se outro ex-líder, Marques Mendes. Inteligente, fez como de costume um bom discurso. Virado para o país, abordou como nenhum outro a situação politico-financeira de Portugal. Reforçou o meu lamento de não lhe ter sido dada a oportunidade de ir a eleições.
Foi então a vez dos candidatos. Paulo Rangel fez um discurso mobilizador, emocionante, mesmo arrebatador. Percebeu-se que foi conquistando ao longo do seu discurso a plateia. Apesar disso, julgo que foi um discurso com demasiada retórica e pouco conteúdo.
Aguiar Branco, talvez o mais capaz e preparado para assumir o cargo de Primeiro-Ministro, fez um discurso bom, esforçando-se para ser mobilizador. Mas, como um outro ex-presidente do PSD referiu, é demasiado sério, demasiado responsável, demasiado leal para ganhar eleições.
Finalmente, seguiu-se a estrela da ocasião...Pedro Passos Coelho. Fez também ele um bom discurso, melhor do que o de Aguiar Branco e com mais conteúdo do que o de Paulo Rangel, embora não tão galvanizador. Terminou de uma forma atrapalhada, o que acabou por ser injusto.
18/03- O 2º dia do congresso ficou marcado por uma questão menor que entretanto se tornou maior...a aprovação da chamada "Lei da Rolha", que mais não é do que uma simples regra para impedir manifestações públicas de divergências por parte de militantes em relação às posições oficiais do partido 60 dias antes das eleições. O que é que esperam por parte de um partido?! e ainda por cima perto de eleições?!
A maneira como o PS alimentou a polémica, na esperança de atingir o PSD e distrair o "povo", já era absurda por si uma vez que o PS nada tem a ver com as regras internas de outro partido, mas quando se ficou a saber que têm uma regra idêntica, tornou-se simplesmente ridícula!
P.S. remeto para uma nota de rodapé o discurso de Luís Filipe Menezes(LFM)...não merece mais. Não foi bom nem mau...foi irrelevante. Foi, finalmente, reduzido à sua verdadeira importância, falou para uma sala vazia onde só a concelhia de Gaia, ou quanto muito a distrital do Porto, o escutaram! Mais irrelevante do que LFM, apenas Castanheira Barros.
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